terça-feira, 15 de outubro de 2013

Livro do frio

Estou nu diante da água imóvel. Deixei minha roupa
no silêncio dos últimos ramos.
Isto era o destino:
chegar à margem e ter medo da quietude da água.

Antonio Gamoneda

domingo, 6 de outubro de 2013

Loucura assumida,
 loucura compartilhada,
 loucura disfarçada, 
e dignificada, mas de qualquer maneira loucura...

Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.

Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.

Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.

Entre pedras que me esmagavam
levantei a pedra rude
dos meus versos.


cora coralina - das pedras