terça-feira, 12 de julho de 2011

E você, por que desvia o olhar?
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

Ah. Porque eu sou tímida."
Rita Apoena
"A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e excitante. As vezes que tentei morrer foi por não poder suportar a maravilha de estar vivo e de ter escolhido ser eu mesmo e fazer aquilio que eu gosto - mesmo que muitos não compreendam ou não aceitem."

caio f. de abreu

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"[...] Tenho a sensação de ser convidado do nada. Vou, deixando me a mim mesma em casa"

(Lêdo Ivo)
Eu sorriria. Mas não havia ninguém. [...]
Eu podia rolar no chão, ficar nu, arrancar os cabelos, gemer,
chorar, soluçar, perder a fala, não havia ninguém para me ver.
Ninguém para me ouvir. Não havia ninguém. Eu podia até morrer.

(Ninguém - Luiz Vilela)