segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste: 
Sou poeta.

Irmã das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
No vento

Se desmorono ou se edifico, 
Se permaneço, ou me desfaço, 
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa rimada.
E um dia sei que estarei muda: 
mais nada.

Cecília Meireles

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Só nós dois no chão frio
De conchinha bem no meio fio...
...
é apenas fruto de meus devaneios.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

"O ideal seria uma que amasse fazer comparações
de nuvens com vestidos, e peixes com avião; 
Que gostasse de passarinho pequeno, 
gostasse de escorregar no corrimão da escada 
E na sombra das tardes viesse pousar 
Como a brisa nas varandas abertas..."


Manoel de Barros