Acordei cinzenta como o dia num mesclado de vazios e saudade.
Liguei o piloto automático algures dentro de mim e por momentos, fiquei, fui e fiz nenhures.
Já me conheço o suficiente para saber o que significa acordar assim incolor, sem sabor e sem sentido… Por achar que não devo nada à telha, permiti-me a um rasgo de lucidez e resolvi ir caminhar.
Abençoado momento.
Pudessem as palavras traduzir fidedignamente o quanto nos dá o Amanhecer…
Pudesse o orvalho traduzir-se na mais bela Melodia,
Os aromas da manhã em Poesia
E a quietude na Tua companhia…
Porque o verde dos caminhos invade sem invadir
O Outono continua a dormir
As flores teimam em colorir
E a Natureza dá-se por inteiro a descobrir…
E hoje, no dia primeiro do último mês,
Descobri no meio do tanto verde imposto, uma Papoila!
Não sabia que havia Papoilas em Dezembro! -
Mas ei-la tão frágil quanto firme, tão singela quanto bela
Num vermelho escarlate que me invadiu de esperança, Amor
E de mil sorrisos em esplendor...
Depois, escapou-se-me uma lágrima, e outras mais, de contemplação,
E encheu-se novamente de cor o meu coração.
Incrível o alento que uma simples Papoila pode dar!
autor desconhecido.
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